A Força da Resiliência

Tácito Cury transformou tragédia em negócio para mudar a vida das pessoas.
Depois de passar pelo ataque de 11 de setembro, nos EUA, o brasileiro criou uma rede de ensino e passou a desenvolver projeto voluntários.

Sobrevivente do atentado ao World Trade Center, o brasileiro Tácito Cury, sempre resiliente, transformou a tragédia em uma mudança de vida não somente para ele, mas também para outras pessoas.

Morando em Nova York à época, ele trabalhava em uma escola de inglês dentro de uma das torres. Porém, com o fatídico atentado, acabou demitido porque um de seus alunos era um terrorista envolvido no ataque, o que fez com que o FBI o procurasse para obter informações. Isso não foi bem aceito por seu antigo chefe, que o dispensou e acabou virando uma chave na vida de Cury.

A Força da Resiliência
WTC.1
Sem trabalho, ele se transformou em seu próprio chefe. “Fui obrigado a empreender, pois não tive nenhuma oportunidade de trabalho naquele momento. Assim, criei a minha própria empresa que tenho até hoje”, conta, referindo-se ao o iTTi: International TEFL Training Institute. “Nele encontro a forma de trabalhar os três pilares, fazer dinheiro, viajar o mundo e retornar para o universo”, afirma.

TEFL é a sigla de “Teaching English as a Foreign Language”, que significa “Ensino de Inglês para Estrangeiros” em tradução livre. Os certificados oferecidos englobam técnicas próprias e abrangem um contexto social e cultural expressivo no ensino do idioma. “Obter a certificação TEFL é essencial para lecionar inglês em qualquer parte do mundo”, Tácito explica.

Depois de dar as primeiras aulas do curso para uma jovem inglesa ainda em 2001, o empresário percebeu que poderia ressignificar suas aulas a fim elevá-las a um negócio capaz de transformar vidas. “O iTTi foi a evolução de um projeto que eu já oferecia.”

Desde então já são três escolas abertas só em Nova York, em funcionamento até hoje, e demais unidades ao redor do mundo, que além do curso profissionalizante, exige na matriz curricular o cumprimento de 20 horas de trabalho voluntário na região de estudo. Esse voluntariado, normalmente, acontece em alguma comunidade mais carente, contribuindo para a educação dessas pessoas.

“Eu vim da periferia de São Paulo e sei como um curso de inglês é tão caro. Saí do Brasil ainda com 17 anos focando no meu sonho de ir para os Estados Unidos, aprender a língua e trabalhar duro para melhorar a minha vida e ajudar os demais”, diz Cury.

E essa exigência do voluntariado não aconteceu por acaso. Em 2004, o brasileiro sobreviveu ao grande tsunami que atingiu diversas áreas da Oceania, como a Tailândia, para onde ele havia viajado. O passeio turístico acabou com Tácito ajudando moradores, outros locais e conhecendo ativamente a Cruz Vermelha, o que despertou nele esse anseio em agir pelo próximo também.

“O certificado ainda ajuda o aluno a tirar visto e a procurar emprego em outros países, inclusive para tradutores. Seja para morar um ano fora ou construir uma nova vida num novo lugar, seja para lecionar e fazer uma renda extra por um período, ou seja, para iniciar uma carreira sólida na educação de idioma. Não tem limite de idade, o único requisito é falar inglês fluente, e o curso habilita a ensinar a língua com segurança e profissionalismo”, detalha.

Para o empresário, uma bolha é estourada quando as pessoas conhecem o iTTi. Muitos querem a oportunidade de viajar e fazer o intercâmbio cultural, o que o instituto oferece com afinco e profissionalismo. “Nas minhas escolas em New Jersey, professores americanos trabalham diretamente com o público latino em Nova York. Tenho muito orgulho de auxiliar o povo americano a ensinar inglês.”

Hoje em dia, Tácito Cury também prospecta pessoas jurídicas por meio da filosofia: dinheiro, turismo e voluntariado. São diversos parceiros mundialmente que compraram a marca e o conteúdo para replicar o projeto em escala crescente. São chamados de “Embaixadores do iTTi”. “Mais de vinte mil alunos foram certificados através desse projeto e ultrapassamos as fronteiras de sessenta países. O iTTi provoca uma benfeitoria local com impacto global”, concluiu ele. 

"O que nao provoca minha morte faZ com que eu fique mais forte"

Friedrich Nietzsche

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